Violência contra a Mulher






A quantidade de relatos de violência recebida pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 entre janeiro e outubro de 2015 foi 40,33% superior aos relatos registrados no mesmo período em 2014 (44.957). Dados referentes à relação entre vítima e agressor/a podem apontar para uma mudança cultural no tocante à representação social da violência contra as mulheres. Nos primeiros 10 meses de 2015, em comparação ao mesmo período de 2014, destaca-se o aumento nos relatos de violência nas relações familiares (89,05%) e nas relações externas (vizinhos, amigos, colegas de trabalho) de 114,21%.

Os relatos de violência em relações heteroafetivas aumentaram 5,28% (foram 30.738 casos relatados nos 10 primeiros meses de 2015), percentual bastante inferior àquele referente a relações entre lésbicas, que representaram 136 casos entre janeiro e outubro deste ano (aumento de 41,67%). A concepção da sociedade parece aproximar-se da proposta da Lei Maria da Penha, que inclui no seu bojo a possibilidade de a violência doméstica ser perpetrada nas relações de afeto, que não somente as relações de casal heterossexual.


Neste ano em que a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 comemora seu aniversário de uma década de prestação de serviços, os atendimentos quase alcançam a casa dos 5 milhões. Desde sua criação em 2005, foram 4.708.978 atendimentos. Desses, 552.748 foram relatos de violência, preponderando os relatos de violência física (56,72%) e psicológica (27,74%). Neste décimo ano de funcionamento, somente nos 10 primeiros meses, a Central realizou 634.862 atendimentos. Foram em média 63.486 mensais e 2.116 diários. Essa quantidade foi 56,17% superior ao número de atendimentos realizados no mesmo período de 2014 (406.515).

Dos atendimentos realizados de janeiro a outubro de 2015, 39,52% corresponderam à prestação de informações (principalmente sobre a Lei Maria da Penha); 9,65% foram encaminhamentos para serviços especializados; e 40,28% se referem a encaminhamentos para outros serviços de tele atendimento (telefonia), tais como: 190 da Policia Militar, 197 da Polícia Civil e Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos.

Em 2015, do total de atendimentos, 63.090 foram relatos de violência, dos quais 58,55% foram cometidos contra mulheres negras. Esses dados demonstram a importância da inclusão de indicadores de raça e gênero nos registros administrativos referentes à violência contra as mulheres.

Dentre os relatos, 49,82% corresponderam a de violência física; 30,40% de violência psicológica; 7,33% de violência moral; 2,19% de violência patrimonial; 4,86% de violência sexual; 4,87% de cárcere privado; e 0,53% de tráfico de pessoas (o que significam 332 pessoas nesta situação nos primeiros dez meses de 2015).

Em comparação com o mesmo período em 2014, a Central de Atendimento à Mulher constatou que houve aumento de 300,39% nos registros de cárcere privado, com a média de dez registros/dia; de 165,27% nos casos de estupro, com média de oito relatos/dia, ou seja, a cada 3 horas é registrado um caso de estupro no Ligue 180; e de 161,42% nos relatos de tráfico de pessoas, com registro médio de 1 registro/dia.

Campo Grande permanece com a maior taxa de relatos de violência, seguida por Rio de Janeiro e Natal. Foi em Campo Grande que a Secretaria de Políticas para as Mulheres inaugurou a primeira Casa da Mulher Brasileira, em fevereiro de 2015. Entre as unidades da federação, foi no Distrito Federal a maior taxa de relatos de violência pelo Ligue 180, seguido por Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Nos primeiros dez meses de 2015, o Ligue 180 atendeu todas as 27 unidades da federação, com média de 52,45 relatos de violência por 100 mil mulheres. Relatos de violência contra mulheres ao Ligue 180 aumentam em 40%

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