Férias das crianças no fim de ano exigem planejamento
Leilane Benetta
Enquanto muita gente comemora a chegada do
verão, quem tem filhos se
preocupa com o que fazer com as crianças
durante as férias escolares.
Muitas mães que trabalham o dia inteiro ficam
com os cabelos em pé nesse
período, principalmente se a grana está mais
curta para investir em
colônias de férias de escolas, clubes e
academias. Outro problema é
evitar que os pequenos passem o tempo todo
vidrados em computador,
videogame e televisão. Mas quais são as
alternativas que os pais têm
para resolver a questão e ainda possibilitar
que os filhos aproveitem um
pouco o recesso, mesmo sem viajar?
As férias têm um papel essencial no desenvolvimento
emocional, social e
cognitivo das crianças, de acordo com a
psicóloga Fernanda Rossetto
Prizibela, e, por isso, devem respeitadas. “O
descanso é fundamental
para a saúde mental das crianças, já que
propicia momentos em que podem
brincar daquilo que desejam e modificar a
rotina sistematizada que é,
muitas vezes, de pressão e cobranças”,
afirma. Esse brincar possibilita
que as crianças desenvolvam diversas
habilidades sociais, como resolver
problemas, fazer amizades, comunicar-se de
forma efetiva, ter
autocontrole e aprender a lidar com
frustrações, além de fazer com que
adquiram noção espacial e corporal,
organização do raciocínio,
construção de conhecimentos e a autonomia.
Ainda que o trabalho ou outros compromissos
impossibilitem que os pais
estejam presentes o tempo todo com as
crianças, eles têm o papel de
acompanhar os filhos no período de férias.
Segundo a psicóloga, os pais
devem planejar as atividades do dia seguinte,
a partir da escolha e do
desejo da criança; auxiliar a organização da
rotina não sistematizada
das férias; organizar horários para
diferentes atividades que a criança
gosta, evitando que ela permaneça o dia todo
apenas em jogos
eletrônicos; telefonar várias vezes ao dia
para saber como ela está e o
que está fazendo; e propiciar passeios
diferentes.
O ideal é estabelecer com a criança um tempo
limite para assistir
televisão, jogar videogame e usar o
computador. “O uso excessivo desses
equipamentos pode causar dependência,
ultrapassando os limites
psicológicos. Há casos em que o indivíduo tem
todo o seu relógio
biológico alterado”, explica Fernanda. O uso
dos eletrônicos, segundo
ela, não deve substituir outras atividades
que favoreçam a capacidade de
atenção, como ler, brincar ou praticar algum
esporte.
Com dois empregos e ainda estudando à noite,
a advogada Edilaine Vieira
tem uma rotina atribulada. Quando chegam as
férias da filha Natália, de
sete anos, é sempre uma batalha para
encontrar atividades. “É um
cansaço, todo dia tem que pensar no que fazer
no dia seguinte”, afirma.
Embora a escola onde Natália estuda ofereça
uma colônia de férias,
Edilaine prefere não deixá-la por lá. “Ela já
fica o ano inteiro na
escola. Aí quando voltam das férias, vão
contar o que fizeram, e ela vai
dizer que ficou na escola de novo?”.
Algumas dicas de programas diferentes para
levar Natália durante as
férias Edilaine encontra no site Criança na
Plateia, um guia virtual de
cultura, diversão e arte para crianças de 0 a
12 anos de idade. “No ano
passado, levei ela em uma colônia de uma
semana no Museu Oscar Niemeyer
(MON) e em uma oficina de música da Caixa
Cultural (programa da Caixa
Econômica Federal)”, diz.Quando não encontra
uma programação, o jeito é
apelar para os parentes ou conhecidos. “Ela
acaba ficando cada dia na
casa de um. Ou na casa de uma avó, ou na casa
da outra, ou na de alguma
amiguinha”, conta.
A advogada também procura aproveitar para
passar um tempo maior com a
filha durante as férias. “Pelo menos uma
semana eu paro um pouco e a
gente fica juntas, consegue viajar, montar o
pinheirinho de Natal. Esse
período é uma delícia. Depois do dia 2 de
janeiro é que o bicho pega”,
revela.
A publicitária Dayane Lima Rutkoski procura
conciliar as férias dela com
as do filho, Lucas, de três anos. Os dois já
têm uma viagem de um mês
programada para as próximas. Quando não é
possível, ou no restante do
tempo (afinal, férias de adulta duram só um
mês, mas as escolares levam
mais tempo), a saída é contar com o apoio da
família. “Ele vai para a
casa da avó ou para a casa da tia”, conta.
Dayane procura passar mais tempo com o filho
durante esse período. “Levo
ele para o shopping, para o cinema, ou o levo
para o trabalho comigo.
Ele adora, por ser um ambiente diferente”,
diz. A publicitária não deixa
Lucas extrapolar na quantidade de horas
assistindo televisão. “Ele gosta
muito de assistir desenho, mas costumo
controlar para que ele não
assista demais”.
A ajuda da família também é fundamental para
a professora Tatiana Acras,
mãe do Matheus, de quatro anos, e do Gabriel,
de um ano e sete meses.
Para as próximas férias, ela já planejou
passar duas semanas na casa da
mãe, em Ponta Grossa. “A gente tem que dividir
um pouco, né?”, comenta.
Tatiana diz que sua dificuldade é maior com o
filho mais novo. “O
Matheus é super-companheiro, nas férias nós
saímos juntos para tomar
café, para ir ao shopping. O Gabriel é mais
agitado, sobe em tudo”,
conta. Mas, como o tempo de férias na escola
de Gabriel é menor, a
dificuldade também diminui. Em relação aos
aparelhos eletrônicos, a
professora conta que controla mais o conteúdo
do que o tempo que os
filhos utilizam. “Tem muita coisa legal que
eles aprendem com isso. O
Gabriel, por exemplo, aprendeu a falar inglês
com o tablet”, afirma
Tatiana.**
fonte:paranáonline


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