Secretaria da Mulher do Governo Federal
Apresentação - Mulher, Viver sem
Violência
Serviços públicos de segurança, justiça, saúde, assistência social,
acolhimento, abrigamento e orientação para trabalho, emprego e renda passarão a
ser integrados por meio do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’. Coordenada
pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
(SPM-PR), a iniciativa propõe estratégias para melhoria e rapidez no
atendimento às vítimas da violência de gênero. Reforça a rede existente de
serviços públicos do governo federal, estados, Distrito Federal, municípios,
tribunais de justiça, ministérios e defensorias públicas por meio do Pacto
Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
Em dois anos, serão investidos R$ 265 milhões, sendo R$ 137,8 milhões,
em 2013, e R$ 127,2 milhões, em 2014. O total será aplicado da seguinte forma:
R$ 115,7 milhões na construção dos prédios e nos custos de equipagem e
manutenção, R$ 25 milhões na ampliação da Central de Atendimento à Mulher-
Ligue 180, R$ 13,1 milhões na humanização da atenção da saúde pública, R$ 6,9
milhões na humanização da perícia para aperfeiçoamento da coleta de provas de
crimes sexuais e R$ 4,3 milhões em serviços de fronteira.
A prevenção é uma das prioridades do ‘Mulher, Viver sem Violência’,
contando com cinco campanhas educativas de conscientização com aporte de R$ 100
milhões. O montante do programa corresponde ao aumento de 20% em relação aos
valores repassados pelo governo federal a estados e municípios, no período de
2003 a 2012, R$ 219,8 milhões por meio de pacto federativo.
Casa da Mulher Brasileira – Espaço que reunirá os seguintes serviços: delegacias
especializadas de atendimento à mulher (DEAM), juizados e varas, defensorias,
promotorias, equipe psicossocial (psicólogas, assistentes sociais, sociólogas e
educadoras, para identificar perspectivas de vida da mulher e prestar
acompanhamento permanente) e equipe para orientação ao emprego e renda. A
estrutura física terá brinquedoteca e espaço de convivência para as mulheres.
O custo médio é de R$ 4,3 milhões cada uma, incluindo construção
financiada pelo governo federal, aquisição de equipamentos, mobiliário e
transporte. A previsão é atender cerca de 200 pessoas/dia, 6.000 por mês e
72.000 ao ano.
O acesso aos serviços de saúde (institutos médicos legais, hospitais de
referência e unidades básicas) e de abrigamento será feito pela logística de
transporte gratuito, vinculada ao Ligue 180 e à Casa da Mulher Brasileira.
Orientações sobre trabalho, emprego e renda – Partindo de diagnósticos sobre as condições sociais, econômicas
e de rendimento da usuária, a Casa da Mulher Brasileira fará encaminhamentos
para cursos de formação e qualificação profissional, entre eles o
Pronatec/Brasil em Miséria e o Mulheres Mil.
Haverá informações sobre registros no Cadastro Único, do Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, para acesso ao conjunto dos programas
sociais do governo federal, tais como o Minha Casa, Minha Vida. Serão prestadas
orientações sobre acesso a vagas de emprego ao Sistema Nacional de Emprego
(Sine), registro na Previdência Social e documentação civil. O programa
pretende estimular o empreendedorismo das mulheres, associando condições e
oportunidades para a criação de novos negócios e microcrédito orientado.
Transformação para Disque 180 – A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da SPM, passará a ser
um disque-denúncia com acionamento imediato das polícias militares de todo o
país, como já ocorre com situações de tráfico de mulheres, com ativação de
urgência para a Polícia Federal, e de cárcere privado, para o Ministério
Público.
A partir do ‘Mulher, Viver sem Violência, em atendimentos classificados
como urgentes, o Ligue 180 fará encaminhamento direto para o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo 192, ou da Polícia Militar, pelo
190.
Com mais de três milhões de atendimentos e demanda superior a 1.600%
desde a sua criação, em 2005, o Ligue 180 terá o aporte de R$ 25 milhões para
aumento da capacidade técnica para triagem e distribuição das demandas. Esse
serviço se tornará porta de entrada para a Casa da Mulher Brasileira.
Até o final de 2014, o Ligue 180 chegará a mais dez países. Atualmente,
atende brasileiras na Espanha, Itália e Portugal. No Brasil, o serviço está
disponível em telefones públicos, entre os botões de emergência, chamadas
convencionais e de telefones celulares sem crédito/recarga.
Humanização da saúde e qualidade pericial – Outro diferencial do ‘Mulher, Viver sem Violência’ é a
humanização do atendimento na saúde pública. Serão adequados espaços
especializados nos Institutos Médicos Legais (IMLs) e rede hospitalar de
referência, formada por 85 unidades que funcionam 24 horas nas capitais.
Ao todo, o Ministério da Saúde investirá R$ 13,1 milhões: R$ 8,8 milhões
para instalação da sala cofre e adequação de ambiente, R$ 3,5 milhões para
implantação de espaço para coleta e atenção humanizada e R$ 800 mil para a
capacitação de 1.124 profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
O governo federal objetiva melhorar as coletas de provas de crimes
sexuais, as quais serão feitas no momento em que a vítima busca contraceptivos
de emergência e coquetéis antirretrovirais nos hospitais. Na chamada “cadeia de
custódia”, vestígios de sêmens e outras provas do agressor serão coletados.
Após, seguirão para os IMLs, a fim de compor o conjunto de provas periciais que
servirão de base para processos judiciais de responsabilização de agressores,
estupradores e assassinos.
O Ministério da Justiça vai aportar R$ 6,9 milhões, sendo R$ 1,6 milhão
para adequação dos espaços dos IMLs nas 27 capitais, R$ 4,5 milhões para
reforço nos equipamentos policiais para as Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (DEAMs), R$ 396 mil para a capacitação de 1.320 médicos e
médicas do SUS para coleta de vestígios de crimes sexuais e agressões físicas,
R$ 300 mil para a capacitação de 80 médicos legistas para atendimento
humanizado e qualificação da perícia e R$ 30 mil para cursos a distância para
médicos.
De maneira integrada, a SPM e os ministérios da Saúde e da Justiça vão
aprimorar a coleta de vestígios de violência sexual; instituir cadeia de
custódia para provas de crimes sexuais; ampliar fluxos e protocolos de
atendimento à vítima; integrar serviços de referência em saúde; articular
fluxos e protocolos de atendimento entre saúde e medicina legal; classificar
serviços de atendimento à violência sexual no Cadastro Nacional de
Estabelecimentos em Saúde; capacitar e qualificar profissionais em sexologia
forense; e, por fim, reformar e ampliar instalações e adquirir equipamentos nos
85 hospitais de referência das capitais para atendimento às mulheres
violentadas sexualmente.
Mais acesso à justiça – Em cooperação técnica com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
o Conselho Nacional dos Ministérios Públicos (CNMP) e o Conselho Nacional dos
Defensores Públicos-Gerais, o governo federal propõe a articulação de
operadores e operadoras de justiça para atuação na Casa da Mulher Brasileira. Firmado
pela presidenta Dilma, o acordo prevê a atuação desses profissionais em
juizados, promotorias e defensorias públicas nas instalações do programa.
Serviços nas fronteiras – Seis núcleos de atendimento às mulheres em situação de violência
nas fronteiras do Brasil com a Bolívia, Guiana Inglesa, Paraguai e Uruguai
serão criados até o final de 2014. O montante de R$ 3 milhões será aportado em
Bonfim (RR), Brasiléia (AC), Corumbá (MS), Jaguarão (RS), Ponta Porã (MS) e
Santana do Livramento (RS). Cada centro receberá, da SPM, R$ 360 mil para
reforma e aquisição de equipamentos. Por sua vez, o Ministério da Saúde
destinará R$ 140 mil para aperfeiçoamento dos serviços, em cada município
fronteiriço.
Os três centros existentes, localizados em Foz do Iguaçu (PR), Oiapoque
(AP) e Pacaraima (RR), receberão R$ 440 mil para fortalecimento e ampliação dos
serviços.
Esses recursos serão aplicados para melhorar o atendimento a migrantes
em situação de violência e enfrentar o tráfico de mulheres, orientar a regularização
de documentação, prestar atendimento psicossocial, disponibilizar assistência
jurídica e fazer o encaminhamento à rede de serviços especializados.

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