O Paraná Mata mais Mulheres
Notícia
do jornal Gazeta do Povo no
dia 25 de setembro mostra um dado assustador: o índice de assassinatos de
mulheres no Paraná é maior que a média nacional. A reportagem se baseou em
dados divulgados pelo IPEA(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que apontam
que no Paraná há 6,49 feminicídios (assassinato de mulheres) por 100 mil
mulheres, contra 5,82 da média nacional e 3,28 e 4,64 de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
A pesquisa do IPEA usou dados do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, onde
foram registradas 16993 mortes de mulheres entre 2009 e 2011. Os dados mostram
que a promulgação da Lei Maria da Penha não trouxe redução dos índices de
mortalidade feminina.
As duas notícias (alto índice de
feminicídio no Paraná e não diminuição das mortes após a Lei Maria da Penha)
devem nos fazer refletir.
O primeiro
dado mostra que a realidade do Paraná está longe da propaganda que sempre foi
feita pelos mais diversos governos. Os altos índices de mortalidade feminina
são sintomas de uma sociedade patriarcal e machista, onde o simples fato de ser
mulher já te coloca em perigo. Segundo dados do Mapa da Violência,
Curitiba é a 4ª capital em número de mortes de mulheres e Piraquara, município
vizinho a capital, é a 2ª cidade brasileira em morte de mulheres.
Por outro
lado, o segundo dado mostra que a promulgação das leis não é a garantia de que
estas serão executadas, além de deixar claro que mecanismos de punição só são
eficientes junto a um conjunto de políticas públicas. A Lei da Maria da Penha
vai muito além do que um mecanismo de prender agressores de mulheres mas, infelizmente,
apenas esta parte da lei é implementada e/ou conhecida por todos. Até o
momento, poucas casas-abrigo, delegacias especializadas e outros mecanismos
saíram do papel.
A situação evidencia que a luta
feminista não está fora de moda. Só com a luta coletiva das mulheres, que deve
sempre buscar o convencimento dos homens, é que será possível construir uma
sociedade sem machismo, uma sociedade onde ser mulher não seja sinal de perigo. Fonte : Bernardo Pilloto.


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